A natureza e o desenvolvimento do autismo são áreas de interesse constante para pesquisadores, pais e profissionais de saúde. As causas do autismo, que antes pareciam nebulosas e incertas, têm sido cada vez mais esclarecidas através de evidências científicas contundentes. Nós entendemos que essas descobertas podem parecer complexas, então vamos simplificar e explicar de maneira empática, com exemplos do dia a dia.
É importante ressaltar que cada indivíduo com autismo é único, assim como os fatores que contribuem para o seu diagnóstico. Existem várias influências possíveis, mas de forma geral, elas são divididas em duas categorias: genéticas e ambientais.
Causas Genéticas
Estudos científicos confirmaram que alterações ou mutações genéticas desempenham um papel substancial no autismo. Pense na genética como um conjunto de instruções para o desenvolvimento do cérebro. Uma mudança nessas instruções pode resultar em um desenvolvimento cerebral atípico, assim como uma receita de bolo alterada pode resultar em um bolo diferente do esperado.
Em alguns casos, as mudanças genéticas que levam ao autismo podem ser hereditárias. Em outros, elas podem ocorrer de novo, o que significa que elas são novas e não passadas dos pais para a criança. Essas alterações podem influenciar o modo como os neurônios se comunicam, o que pode explicar por que alguns indivíduos com autismo podem ter dificuldades de linguagem e socialização.
A pesquisa nesta área é contínua e dinâmica, com a expectativa de que, ao identificar genes específicos relacionados ao autismo, possamos melhorar o diagnóstico e as intervenções terapêuticas. Atualmente, acredita-se que os fatores genéticos estejam envolvidos em mais de 90% dos casos de autismo, segundo estudos recentes.
Fatores Ambientais
Embora a genética desempenhe um papel crucial, alguns fatores ambientais também podem contribuir para o desenvolvimento do autismo. É como o solo e a água que ajudam uma planta a crescer – o ambiente em que a criança se desenvolve pode influenciar como ela floresce.
Por exemplo, a exposição a certos medicamentos durante a gravidez, como o ácido valpróico (usado no tratamento de epilepsia e transtorno bipolar), foi comprovada em estudos que aumentam o risco de autismo. Além disso, a idade avançada dos pais, particularmente dos pais, está associada a um risco aumentado de autismo.
Outros fatores potenciais incluem exposição a toxinas ambientais, parto prematuro, baixo peso ao nascer, diabetes gestacional e infecções graves durante a gravidez. Esses fatores ainda estão sendo estudados e, portanto, não são conclusivos.
Cada criança é única e a combinação de fatores que pode levar ao autismo é complexa e individualizada. Enquanto continuamos a avançar na pesquisa e no entendimento do autismo, é fundamental lembrar que cada criança com autismo merece ser vista, valorizada e apoiada por sua singularidade.”
Referências
- Autism Spectrum Disorder (ASD): Genetics (2021). National Institute of Mental Health. Retrieved from https://www.nimh.nih.gov/health/topics/autism-spectrum-disorders-asd.
- Hallmayer, J. et al. (2011). Genetic Heritability and Shared Environmental Factors Among Twin Pairs With Autism. Arch Gen Psychiatry, 68(11), 1095–1102.
- Christensen, D.L. et al. (2016). Prevalence and Characteristics of Autism Spectrum Disorder Among Children Aged 8 Years — Autism and Developmental Disabilities Monitoring Network, 11 Sites, United States, 2012. MMWR Surveill Summ, 65(3), 1-23.
- Autism Spectrum Disorder: What you need to know (2021). Autism Science Foundation. Retrieved from https://autismsciencefoundation.org/what-is-autism/.